Esse é meu diário, vou tentar relatar fielmente meu sentimentos a fim de poder, posteriormente, eu mesma reorganizá-los!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Meu perfil completo

Infelizmente eu sei que existem pessoas que me tratam como se eu não soubesse nada, só porque eu tenho uma leve deficiência (decorrente de um traumatismo crânio-encefálico) e não sabem até onde eu posso chegar. Isso, principalmente no meu trabalho, onde eu coloco todas as minhas expectativas de me realizar, tanto pessoalmente, quanto profissionalmente.

Se eles são tão imprevisíveis para mim quanto eu sou para eles, se eles não sabem até onde eu posso chegar eu também não sei até onde eles podem chegar, pelo menos isso me ajuda a reelaborar a minha realidade para poder seguir adiante. Eu não espero muito das pessoas além do que elas me oferecem, só espero de mim porque eu sei das minhas capacidades, não são elas que vão determinar o que eu posso e o que não posso fazer.

JÁ QUE APENAS ME PEDEM O (QUE ACHAM) QUE EU TENHO CAPACIDADE DE FAZER, EU TAMBÉM NÃO VOU PEDIR NADA, PORQUE É NADA QUE PODEM E TÊM CAPACIDADE DE FAZER (DIRETAMENTE) POR MIM.

Isso me deixa profundamente triste, mas eu aceito o desafio de, apesar disso e com tudo isso, seguir em frente porque eu, mais do que ninguém, confio no meu potencial.
Nem dou mais tantas dicas aos meus colegas de trabalho porque a atitude (tantas vezes por demais sutil mas perceptível) deles em relação a minha capacidade me desanima para isso.

Tenho que investir em mim e não neles.

Talvez você me ache meio desequilibrada, meio confusa e sem saber o que quero da vida, mas...
Não quero mais ser alienada, por isso, sei que talvez nunca chegue a conhecer a mim mesma totalmente mas sei que preciso enfrentar meus medos para, ao menos, tentar me conhecer melhor. Não quero mais ser comparada e nem me comparar aos outros!

Não sigo a moda, não quero mais viver na escuridão e com medo do escuro. Quero me libertar!
SE MINHAS ATITUDES SÃO JULGADAS RIDÍCULAS É PORQUE ESTOU ENCARANDO A REALIDADE DE FRENTE E ME ACEITANDO COMO SOU E ISTO, AOS OLHOS DOS OUTROS, É RIDÍCULO!

"Mantenha seus pensamentos positivos, porque seus pensamentos tornam-se suas palavras. Mantenha suas palavras positivas, porque suas palavras tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas, porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores positivos, porque seus valores ... Tornam-se seu destino."
Mahatma Ghandi

Não posso dizer quem sou se me julgam APENAS pelo meu exterior.
Também não preciso viver das opiniões dos outros a meu respeito e dispenso aqueles que tem vergonha de mim por isso!

Na vida, aprendi que existem dois tipos de normalidade para o deficiente aprender a lidar:
A normalidade da sociedade que se acha (equivocadamente) sobre-humana, por isso fala que o deficiente não é normal e;
a normalidade da espécie humana: é nesta que eu me incluo, por isso não fico mais magoada e nem me sinto excluída quando alguém diz que eu não sou normal só porque tenho uma deficiência neurológica.

"Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza".

Pablo Neruda

Encontrei uma pessoa que me aceita como sou e com quem posso reelaborar minha vida. Uma pessoa que me ama e por isso me ajuda a juntar os pedaços da minha vida e a resgatar o que deixei pra trás. Me ama em primeiro lugar como mulher, claro, mas sem esquecer que todos possuem algum tipo de deficiência, aceitável ou não por um modelo de sociedade fadada ao fim.
Por isso, quando o amor da minha vida não está, sinto falta da sua presença e do teu amor por ser quem eu sou. Obrigada por me permitir ser eu mesma e que podemos reencontrar juntos a cada momento nosso ponto de equilíbrio! EU TE AMO EDSON!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

É minha lei, é minha questao - Lutar e não saber se vou vencer

Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível

Negar quando a regra é vender

Sofrer a tortura implacável

Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão

É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão

Não me importa saber

Se é terrível demais

Quantas guerras terei que vencer

Por um pouco de paz

E amanhã este chão que eu deixei

Por meu leito e perdão

Por saber que valeu

Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição

E o mundo vai ver uma flor

domingo, 12 de outubro de 2008

Cidadania para o portador de deficiência, o que é?

http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/INTEGRACAO_INCLUSAO.pdf
"O direito de cidadania às pessoas portadoras de deficiência têm sido
desrespeitados em decorrência, entre outros fatores da desinformação sobre as deficiências e
dos inúmeros preconceitos e estigmas que povoam o imaginário coletivo, acerca das pessoas".
A frase acima é de autoria de uma professora em seu trabalho de conclusão de curso publicado na internet e, o qual, me fez pensar!
Felizmente existem profissionais da educação que têm consciência que pessoa portadora de deficiência também é gente! Além disso, é reconhecido que o exercício da plena cidadania (a prática dos direitos e deveres) têm sido desrespeitada!
Ainda eu tenho que ouvir que eu "tenho que respeitar para ser respeitada"! Será que só eu tenho que cuidar nas coisas que eu digo e que podem magoar as pessoas?
Infelizmente, ainda não construi totalmente minha idéia sobre isso, mas estou a caminho!