Esse é meu diário, vou tentar relatar fielmente meu sentimentos a fim de poder, posteriormente, eu mesma reorganizá-los!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Artigos sobre Antropologia Cultural

ALMA BRASILEIRA: ENTRE PARAÍSO E INFERNO, NO PURGATÓRIO

Há um vazio na história brasileira, no seu mito e na sua fantasia por ter negado sua alma ancestral. Durante milhões de anos, as culturas que viveram no território brasileiro tiveram que resolver questões de sobrevivência, procriação, organização da vida em grupo, as regras de parentesco, etc. Enfim, criaram um estilo de vida a partir do inconsciente. Segundo a teoria psicológica de Jung, citada por Roberto Gambini, do inconsciente vem tudo o que o ser humano faz. O inconsciente é chamado alma e faz com que o ser humano permaneça vivo. Criar alma, ou seja, criar a consciência da própria identidade, é um processo de aprendizagem de como viver, que é armazenado através dos mitos passados de geração em geração.
Havia uma riqueza cultural e uma variedade de línguas muito grande nas Américas antes da invasão dos europeus, estas conservavam o que o povo foi criando e descobrindo. Estava se estruturando a formação da consciência brasileira através do inconsciente coletivo porém, não foi registrada em nenhum outro lugar, a não ser na memória do povo indígena. O problema é que a consciência da própria identidade não entrou na psicologia do povo brasileiro porque o invasor viu isto como uma ameaça à sua dominação e usou todos os meios para contê-la. As bases da consciência européia estavam no racionalismo e a consciência indígena colocava-a em risco. A alma ancestral do povo conciliava idéias opostas, o que não existia para os europeus.
As sociedades indígenas mostravam a possibilidade de existir sociedade sem dominação, sem trabalho alienado e sem divisão de classe social. Segundo Roberto Da Matta, o povo brasileiro vive entre extremos como céu e inferno. Ou seja, cada elemento carrega seu lado simbólico. Pode-se dizer que o Brasil, desde 1500, está em um purgatório no qual, até hoje, estão se eliminando as impurezas para restabelecer a saúde, mas o que realmente viveu-se é a passagem para a outra etapa, o inferno. Além de fazer uma revisão econômica e política da história do Brasil, é preciso fazer uma revisão psicológica e estudar qual é a relação existente entre solo, natureza e psique, ou seja, resgatar o que foi perdido na reflexão sobre os símbolos que fazem parte da cultura brasileira.
A consciência da alma, ou identidade brasileira, foi reprimida. Para Jung, o reprimido sempre esteve no inconsciente, ou seja, na terra, que sustenta o consciente. No ano de 1500, duas parcelas distintas e complementares da humanidade se encontraram e o processo de desenvolvimento cultural do povo brasileiro sofre uma ruptura, o que gera complexos na alma brasileira. O que estava se formando na consciência do povo passou para a obscuridade do inconsciente. Mitos sustentavam a história do povo que vivia no Brasil há 500 anos atrás. Predisposições para agir, conceber, imaginar ou sentir, foram elaboradas muito antes dos europeus chegarem às terras brasileiras, até mesmo antecede culturas e aprendizados. Através do mito o povo compreende a própria história em sua verdade, o sentido e a sua significação. O mito precisa emergir do inconsciente. Ele sempre tem uma função para a sociedade, como a de fomentar a noção de coletividade. O mito organiza os impulsos presentes em cada pessoa para que eles se complementem em um ideal de vida.
O mito retrata as origens, o percurso que algo tomou e qual é o caminho que é preciso percorrer para se chegar a um fim. É preciso que o mito da cultura brasileira comece a desenvolver-se, visto que não há como resgatá-lo, pois não fez parte das tradições dos povos indígenas. Durante 300 anos, no Brasil, não se construiu uma identidade do povo, mas marginais do processo produtivo e massa de mão-de-obra escrava. A alma do Brasil não se expressa na cultura portuguesa, na verdade, ela nunca pôde se expressar. Os brasileiros são os produtos e os herdeiros de um encontro intercultural com os portugueses. Os brasileiros e os portugueses precisam, juntos, olhar para as possibilidades do futuro para se adaptar aos novos tempos, também para resgatar a auto-estima do povo. Entre Brasil e Portugal houve uma relação de dominação, formatação e exploração, uma relação deturpada entre pai e filho. Na independência houve rompimento do filho com o pai, mas para que isso ocorresse, de começo, um devia negar o outro. Porém, chega-se um momento em que um não ignora mais o outro e começam-se a aproximar. Segundo o autor, o Brasil sofre do complexo de Édipo em relação a Portugal. Talvez fosse preciso se representar a figura da “raiz”, matá-lo para resolvê-lo.
Os mitos narram as transformações da consciência. As matrizes da consciência ocidental são o mito judaico-cristão e o mito grego. O mito brasileiro ainda não foi definido. O mito brasileiro tem que ser sincrético, pois é resultante da influência indígena, africana e portuguesa, entre outras. Assim, há dificuldade de síntese, pois tudo possui o prefixo “poli”.O perigo é que o mito não tenha forma alguma. Os brasileiros são iludidos pelo ideal positivista vindo da época do império, inclusive, através do hino nacional, a não procurar sinais na sua própria história que pudessem organizar sua consciência e construir uma identidade cultural própria através da definição do mito. O povo brasileiro é uma síntese que inclui o diferente. O valor que está no outro determina a construção de qualquer coisa. O desafio está em não fazer do diferente uma ameaça, daí a um inimigo que se elimina facilmente. Negando-se a identidade brasileira, espoliada pelo português invasor, continua-se num estado de desordem, do qual é preciso sair.

ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA
BACHARELADO EM TEOLOGIA – ÊNFASE DIACONIA
Disciplina: Antropologia Cultural
Professor: Roberto Zwetsch
Estudante: Angela Doris Bendlin
Livro: MALINOVSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental. In: Os Pensadores. São Paulo,1976, p. 22-38
São Leopoldo, agosto de 2002

Resumo

1. O que é pesquisa de campo
Os resultados de uma pesquisa de campo ou observação participante são os obtidos através da convivência com determinado grupo estudado. Devem ser apresentados de forma clara e fiel. Deve-se detalhar todos os arranjos experimentais, descrever os aparelhos utilizados, o método das observações (incluindo o número e o tempo a elas dispensado) e o grau de aproximação das medidas, bem como deve haver sinceridade metodológica.
É preciso algum tempo até que se consiga começar a desenvolver a pesquisa de campo. Depois é preciso começar a observar de modo mais detalhado o campo de estudo e estabelecer um veículo de comunicação eficaz. É preciso formular perguntas e entender respostas, bem como formular os pensamentos com precisão e coerência.
Para uma visão objetiva e científica da realidade é preciso eliminar preconceitos. A fim de que a pesquisa de campo seja eficaz é necessário a aplicação organizada e paciente de algumas regras e princípios, isto implica em esforços e problemas.
Princípios metodológicos para a pesquisa de campo: 1 – Ter objetivos científicos e conhecer os critérios para a pesquisa; 2 – Conviver com o grupo estudado; 3 – Aplicar métodos especiais de coleta, manipulação e registro.
Um dos primeiros requisitos essenciais ao êxito da pesquisa de campo é conhecer os usos e costumes do grupo em questão, interagindo com seus membros. É necessário não só observar passivamente, mas sim também agir. Conhecer critérios científicos não é a mesma coisa que ter idéias preconcebidas. A pesquisa de campo será inútil se o/a pesquisador/a for incapaz de mudar seus pontos de vista e tentar apenas provar suas hipóteses.
Os problemas e teorias levantados precisam ser moldados pelos fatos. O pesquisador de campo depende totalmente da inspiração vinda dos estudos teóricos.
2. Como se faz pesquisa de campo
Os princípios do método da pesquisa de campo são:
a. Coletar dados completos e tirar conclusões;
b. Conhecer o mecanismo social ativado e formular a tese;
c. Fazer várias tentativas práticas para comprovar a tese.
Para fazer a pesquisa de campo é necessário fazer um recenseamento genealógico de cada comunidade. É preciso analisar os dados concretos, relaciona-los entre si e colocá-los em quadros resumidos.
Os objetivos da pesquisa de campo podem se alcançados de 3 maneiras:
a. Documentação concreta e estatística;
b. Coletas de observações coletadas registradas em diários;
c. Documento contendo descrição dos fatos.

3. Quais os cuidados
O cuidado que o pesquisador de campo deve ter é o de distinguir entre as suas próprias observações diretas e as observações coletadas indiretamente. Um fenômeno é manifestado de várias formas e deve ser estudado em cada uma delas o quanto for possível, para então, ser demonstrado em forma de exemplos.
Outro cuidado a se tomar é o de não separar o estudo dos fatos sociais, regido por regras, da realidade, onde não se seguem regras fixas. Modos, comportamentos e exceções devem complementar a pesquisa de campo. Conclusões dos fatos sociais recebidas de terceiros, sem observação direta, se distanciam muito da realidade.
O que impede que a observação seja imparcial e objetiva é o intuito do pesquisador de transformar, influenciar ou usar as pessoas do grupo estudado.
Uma dificuldade relacionada à pesquisa é que a maioria das pessoas não fala o que pensa quando está se comportando conforme determinado costume herdado do meio onde vive.

4. Quais as vantagens
Fenômenos imponderáveis da vida real e comportamentos freqüentes que não podem ser registrados só em documentos, mas também observados na vida real. Os pesquisadores de campo precisam se esforçar para analisar os motivos que levam à ocorrência dos fatos, para isso necessita-se de treinamento especial.
Elementos da vida real são parte integrante da essência da vida grupal. É através deles que se formam os vínculos grupais como, por exemplo, os laços de afeição. Há dois tipos de aspectos a ser observados na pesquisa de campo: o íntimo e o legal, descritos em todos os detalhes. A subjetividade do observador interfere mais nesta mais nesta observação do que na coleta de dados.

5. Qual a tese principal do autor
O pesquisador deve estudar a totalidade dos aspectos que incidem sobre a pesquisa de campo. É preciso tomar certa distância para perceber e registrar com mais fidelidade os fatos, antes que eles se tornem familiares, mesmo sendo o critério da convivência essencial para toda pesquisa de campo. Numa escala de normalidade, é possível determinar fatos comuns e fatos que não se enquadram na ocorrência normal.

Feliz

Meu namorado não tem vergonha de mim! Ele me ama do jeito que eu sou, não olha apenas para a minha aparência física com minhas pequenas limitações!
Ele sabe que isso não é impedimento para que eu tenha uma vida legal ao lado dele!
Hoje estou feliz porque tenho uma pessoa ao meu lado com quem posso conversar sobre tudo. Combinamos que nunca mais eu ficarei triste.
Agradeço a Deus todos os dias por me dar a oportunidade de enxergar novamente a beleza da vida. Porque mesmo eu tropeçando pelo caminho, quase caindo, muitas vezes, cuido pra não me machucar porque agora tenho o Edson ao meu lado.
Antes nem dava bola, se morresse era lucro. Mas agora não!
Já tenho planos para ano que vem: casar com o Edson, dar seguimento à faculdade de Teologia e me preparar para, futuramente, entrar na UFRGS no curso de Arquivologia para ter novas perspectivas de trabalho.