Esse é meu diário, vou tentar relatar fielmente meu sentimentos a fim de poder, posteriormente, eu mesma reorganizá-los!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Quata-feira, 14 de julho de 2004 às 20h30

À noite, discutia com alguém que convivia mas que eu sabia que também era um momento doloroso da minha vida que, se eu tivesse autocontrole para não cometer uma besteira contra tal sujeito, que pudesse comprometer minha vida futuramente, iria sair daquela "barra" em algum tempo. Nisso, toca o celular, minha mãe diz que papai já não falava e nem caminhava mais.
Combinei que iria vê-los no final de semana, pois a cidade que resido fica a 600km de distância.
Desligo o telefone, mas logo depois minha mãe liga dizendo que meu pai faleceu. Tava tentando me preparar pra quando essa hora chegasse, não querendo que ela chegasse.
Mas a vida é mais forte que a gente, algo morre para que a vida continue seu curso através das ações da pessoa que se foi. Como aprendi num curso que fiz, a semente precisa morrer pra planta poder crescer, florir e criar frutos.
Era quarta-feira, 2 dias depois do meu aniversário, a vida e a morte se misturam. A poesia me ajuda a entender!
PAI! EM ALGUM LUGAR DESTE UNIVERSO VOCÊ ESTÁ!
POR ISSO ME SINTO ALIVIADA PORQUE SEI QUE A PASSAGEM PARA OUTRA VIDA FOI DOLOROSA PRA TI SÓ NAQUELE MOMENTO.
O CHORO É INEVITÁVEL! CINCO ANOS SE PASSARAM, MAS A SUA LEMBRANÇA CONTINUA PRESENTE EM NOSSOS CORAÇÕES E EM NOSSAS AÇÕES E PALAVRAS!!!!!!!!TE AMO MUIIIIIIIIIIIIIITO PAI E ESCREVO ISTO PORQUE SEI QUE, EM ALGUM LUGAR, VOCÊ ESTÁ SE ALEGRANDO MUITO! UM DIA ESPERO TE ENCONTRAR DE NOVO E TE DAR UM LONGO ABRAÇO, DAQUELES QUE EU ADORAVA TE DAR E QUE, POR BIRRA, ME NEGUEI MUITAS VEZES, PORQUE FUI BOBA!
VOCÊ É INSUBSTITUÍVEL PAI E CADA MOMENTO CONTIGO FOI O PRESENTE QUE DEUS NOS DEU!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Falsidade

Odeio a falsidade, que por si mesma já é dissimulada. Usar alguns disfarces para conseguir conviver harmoniosamente em sociedade, muitas vezes, é necessário até certo ponto.
Porém, ultrapassar o limite do respeito ao próximo, chega a ser ultrajante. Penso em minha mãe, que finje que não sei que eu teria direito a mais recursos financeiros do que somente o meu trabalho e a minha eventual mendicância por um troco que ela, por clemência, deposita na minha conta ou, raramente, me ajuda a pagar uma conta. Nem fui consultada se eu concordo que o patrimônio que meu pai deixou esteja em usufruto dela e que ela, quando questionada por mim sobre isso, tenha direito de alegar que "se eu pudesse a mataria", mas tenho que assinar para conceder um terreno que era do meu pai para meu irmão, sendo que não me é explicado porque, apesar de ser herdeira e não ter direito a usufruir nada enquanto mamãe estiver entre nós, tenho que assinar um documento concedendo uma coisa que nem tenho direito.
Eu não quero mover ação nenhuma, só quero paz, já sofri demais por causa disso, chega!!!!!!!!!!!
A dissimulação, ocultação de fatos, está presente desde o início da minha vida, pois nem sei as circunstâncias nas quais ocorreu aquele acidente (dizem que foi quando eu tinha 2 anos e meio) que quase acabou com a minha vida e que, anos mais tarde, desejei que acabasse de uma vez com ela mesmo, pois viver com sequelas e com vizinhança me tratando como uma "coisa" que sobreviveu não sei como, "não tinha nem chance de viver", conviver com o deboche, a ridicularização dos meu colegas de escola porque eu "mancava" e porque falava devagar (ser humilhada), na minha opinião, é pior que a morte.
Pra minha mãe eu desejo tudo de bom, nem precisa vir me ver em São Leopoldo, fica em Porto União mesmo, pois foi lá que fui sequelada e sofri minha vida inteira pela vida que deixei de viver por causa das consequências desse acidente.
Hoje vivo uma outra vida ao lado de Edson, também não gosto quando me sinto ofendida por algum comentário em relação a mim dos amigos do meu marido, mas penso que comentários piores eles devem fazem sem o meu conhecimento. Ainda bem que o meu amor não sente vergonha de mim e que a opinião dos outros não vai mudar o que ele sente por mim, mas eu sei que não posso dizer a mesma coisa da minha mãe!